terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Série mercado de trabalho


O Jornal Nacional apresentou, na semana passada, série especial sobre o mercado de trabalho brasileiro. Dentre as reportagens, destacamos aquela exibida em 16.02.2011, sobre o recrutamento de graduandos por empresas, a fim de suprir a lacuna existente quanto à qualificação profissional.
Sugerimos o acesso a todas as matérias, disponíveis no Portal G1.

Empresas buscam alunos de cursos e faculdades atrás de qualificação


Eles estão sendo recrutados logo nos primeiros dias de aula, devido à falta de profissionais qualificados no mercado de trabalho.



Na série especial de reportagens que o Jornal Nacional apresenta nesta semana sobre o mercado de trabalho no Brasil, vamos mostrar nesta quarta-feira (16) que estudantes que acabaram de entrar na faculdade ou em cursos técnicos estão sendo recrutados, nos primeiros dias de aula, por empresas que precisam muito de mão de obra qualificada. Os profissionais sem formação continuam com dificuldade pra conseguir um emprego bom.
São Paulo, a maior cidade do Brasil, foi a que mais gerou vagas de trabalho com carteira assinada em 2010. Fomos até o maior centro de oferta de empregos do país. “Nos anos anteriores, nós tínhamos 10 mil, 12 mil vagas. Hoje, nós trabalhamos com 18 mil vagas abertas”, revela a gerente de atendimento Izilda Leal Borges.
Acompanhamos o caso de Davidson e Milton.
Milton Rodrigues da Silva acaba de ficar desempregado. Tem 45 anos e experiência em logística, gerenciamento de transporte, distribuição e armazenamento de produtos. “Eu tenho proposta já para daqui a um mês ou dois. A empresa está abrindo filiais e já me falou que quer contar com meu trabalho, só que eu não quero esperar”, conta.
Davidson, com 18 anos, nunca teve a carteira assinada. “O que vier eu estou querendo”, afirma.
Escolaridade faz a diferença na hora de conseguir o emprego. Para se ter uma ideia, entre todas as vagas oferecidas no centro, 65% são para quem chegou pelo menos até o nível médio. Para quem não concluiu o Ensino Fundamental, restam apenas 12% das vagas. É como se de toda fileira de guichês, apenas dois estivessem reservados a quem não concluiu o Ensino Fundamental. Mesmo assim, nesses casos, normalmente é exigida experiência.
O jovem Davidson não tem experiência e parou de estudar na sexta série do Ensino Fundamental. “Hoje, infelizmente, eu não vou ter nenhuma vaga para te oferecer”, informa a atendente para o jovem. “Vou voltar a estudar e fazer o supletivo”, revela Davidson.
Milton, além da carteira recheada de experiência, está cursando faculdade. Havia três ofertas de emprego para ele, mas Milton preferiu procurar mais. “Eu tenho certeza de que é questão de tempo, pouco tempo”, aposta.
“Para o sucesso de alguém na vida, no Brasil, na Suécia, na Coreia, na China, por trás do sucesso de alguém, está a escolaridade. O Brasil tem 32 milhões de pessoas que estudam no Ensino Fundamental e cerca de 8 milhões no Ensino Médio. Mas nós formamos apenas 2,1 milhões no Ensino Médio. Esse número é muito pequeno para o nível de qualificação que está sendo demandado em todo o Brasil”, declara o diretor de educação Associação Brasileira de Recursos Humanos, Luís Edmundo Prestes.
Não adianta só ter um diploma. As empresas querem profissionais com experiência. Por isso, o primeiro emprego é um grande desafio, tanto para quem quer ser contratado quanto para quem contrata. Entre tantos formandos todos os anos em cursos técnicos e faculdades, o que faz com que alguns consigam entrar no mercado de trabalho, na área que desejam, e outros?
“Na região onde que eu moro, em Congonhas, gera muito emprego na mineração. E mineração, com certeza, tem bastante equipamento para manutenção”, diz o estudante Henri Soza Almeida.
Eles prestaram atenção no mercado de trabalho ao escolher um curso técnico. Com diploma na mão, foram à luta. “Fui em empresas, procurei, mandei currículo, para as empresas”, revela o estudante Rafael Aleixo.
Uma empresa abriu 52 vagas - a maioria para o primeiro emprego. “Todo mundo está crescendo. Então, todo mundo busca profissional. Vira, de certa forma, um leilão do profissional, que é profissional mesmo. Então, se você não abrir esse tipo de trabalho, você dificilmente vai conseguir atender a sua demanda em um curto espaço de tempo”, destaca o gerente de mineração Cícero de Oliveira Campos.
A formatura em engenharia mecânica, no ano passado, não deu ao engenheiro Marcos Vinícius Batista exatamente o que ele queria, mas garantiu a vaga de técnico, líder de equipe, com qualificação para crescer profissionalmente. “Hoje, eu pretendo ser um engenheiro e vou conseguir ainda. Eu batalho para isso”, afirma.
Nesta quinta-feira (17), nós vamos mostrar as soluções encontradas por empresas e trabalhadores para resolver o problema da falta de qualificação profissional.
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