A transferência da 1ª Vara do Trabalho do Fórum Autran Nunes, no Centro, para a Universidade de Fortaleza (Unifor), no bairro Edson Queiroz, vem causando divergências entre advogados e o Poder Judiciário cearense.
Prevista para ocorrer até o fim do mês de fevereiro, a mudança deverá sofrer resistência dos que comungam com a ideia de que a ida da 1ª Vara para a Unifor poderá dificultar o acesso dos trabalhadores e dos advogados aos serviços da Justiça do Trabalho.
O presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas do Ceará (Atrace), Marcelo Pinheiro, critica a mudança “sem justificativa” e destaca que “todos os órgãos que prestam serviços ao trabalhador, como as 14 varas do Trabalho, o Sistema Nacional de Empregos (Sine), a Casa da Cidadania e a Delegacia Regional do Trabalho, estão instalados no Centro”. “Por isso, a 1ª Vara não pode ser transferida, já que os advogados lidam diariamente com audiências em diversas varas e a unificação dos trabalhos em um único prédio facilita o cotidiano destes profissionais”, justificou Pinheiro.
Ele também aponta que a distância entre o Fórum e a Unifor, que segundo ele se beneficiará com a mudança, será outro empecilho para o acesso da população e dos advogados. “Mesmo que nos desloquemos de carro o acesso é difícil, principalmente por causa do trânsito”, acrescentou.
''Má vontade''
Já o juiz titular da 1ª Vara do Trabalho de Fortaleza, Judicael Sudário de Pinho, cujo discurso é oposto ao do presidente, diz que existe “má vontade por parte dos advogados” e explica que a mudança é uma tentativa de a “Justiça ficar mais próxima da população”.
De acordo com ele, a vara que vai funcionar na Unifor atenderá prioritariamente os moradores do “lado leste da cidade, que é justamente onde localiza-se a universidade”.
Além disso, o juiz garante que as audiências no novo espaço só ocorrerão a partir das 14 horas, para que não coincidam com os horários do Fórum Autran Nunes.
Ele alega que a ida da 1ª Vara para a Unifor tem o objetivo de “formar bons profissionais em Direito Trabalhistas”, uma vez que alunos de “qualquer instituição” poderão acompanhar audiências e procedimentos adotados pela Justiça.
Ranne Almeida
Fonte: http://www.opovo.com.br/
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