segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ministro defende Mínimo de R$ 545

Carlos Lupi afirma que vai defender o valor junto aos deputados de seu partido; votação será na próxima quarta-feira
Brasília. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), garante que vai defender junto aos 26 parlamentares do seu partido o valor de R$ 545 para o salário mínimo na votação da próxima quarta-feira.
O líder da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, que é deputado do partido de Lupi, desdenha as ameaças do Planalto, diz que não recua dos R$ 560 e arremata: "Não temos carguinhos".
"Fui voto vencido. Agora, tenho de defender a posição do governo, em nome do acordo feito por uma política salarial para os próximos quatro anos", afirmou, ontem, Lupi.
Na avaliação dele, a política do mínimo em vigor permitirá que se chegue a um reajuste entre 13% e 15%, de 2011 para 2013. A inflação e os gastos do governo são outras duas razões citadas por Lupi para manter o voto nos R$ 545. "É hora de colaborar com o aperto do cinto", resumiu.
A posição do ministro deixa o Paulinho da Força Sindical praticamente sozinho - pelo menos dentro do PDT - na pregação por um salário de R$ 560. "Já reduzimos de R$ 580 para R$ 560", lembrou o deputado e sindicalista. Ele acrescentou que as centrais sindicais vão promover uma manifestação pelos R$ 560 na próxima quarta-feira, dia agendado para votação do projeto de reajuste do Mínimo.

Ameaças

Questionado sobre as ameaças que o governo está fazendo aos aliados, de que ficarão sem os cargos ou verbas de emendas se não votarem os R$ 545, Paulinho desdenhou: "Não temos medo de ameaças. Eles vão retaliar o quê? A vantagem nossa é que não temos carguinhos ou emendas para receber. Não temos nada a perder e vamos defender os R$ 560".
Além de contar com a mobilização de trabalhadores e aposentados, Paulinho espera que rendam votos para a proposta de R$ 560 a insatisfação parlamentar com os cortes no Orçamento, que atingirão projetos de interesse das bancadas, assim como o corte das emendas individuais e a suspensão das negociações para preencher os cargos de segundo escalão no governo federal. "Contamos com esta insatisfação", disse.
O ministro Lupi garantiu não ter conhecimento de nenhum tipo de ameaça do Planalto nem acha que isso funcionaria com os parlamentares. "O que é preciso é convencer os parlamentares pedetistas com quem me reunirei. Vou apresentar os argumentos do governo", disse.

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