terça-feira, 9 de agosto de 2011

Governo estuda dar incentivo para trabalhador de baixa renda


O governo federal estuda dar incentivos para trabalhadores com renda mensal entre um e dois salários mínimos, segundo disse nesta segunda-feira o subsecretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros. De acordo com o subsecretário, esta seria uma das formas de incentivar o trabalhador a continuar no emprego e, ao mesmo tempo, aumentar a renda da família. Paes de Barros afirma que esta seria uma das formas de garantir que os recém-chegados à nova classe média não retrocedessem para estratos mais baixos.

A ideia, segundo Paes de Barros, é a mesma da isenção aplicada no imposto de renda para a pessoa física. "É um imposto negativo à remuneração do trabalho. Nós trabalhamos e pagamos imposto em relação à nossa renda, tem gente que é isenta. As pessoas com renda entre um e dois salários mínimos teriam esse retorno de imposto. Aumentou o número de trabalhadores formais nessa faixa salarial, e é esse grupo que a gente tem mais que se preocupar. Dar um incentivo para que esse grupo trabalhe", destacou.

O subsecretário garantiu que o modelo não vai resultar em gastos públicos, já que vai seguir o modelo do abono salarial - que, atualmente, dá um salário mínimo para quem trabalha com carteira assinada e se encaixa em outros critérios. "O abono salarial, em certo sentido, é isso, salário família é isso: um subsídio ao trabalhador de baixa renda para fazer isso, uma maneira de aumentar o incentivo pro trabalhador de baixa renda que não onera a folha de pagamento e não reduz a demanda por trabalho", disse.

Segundo Paes de Barros, outra preocupação com o não retrocesso dessas pessoas é a qualificação profissional desses trabalhadores. A maior parte dos empregos criados nos últimos 10 anos foi em cargos que pagam entre um e dois salários mínimos e que, em geral, têm curta duração - alta rotatividade ocasionada pela baixa qualificação do trabalhador, segundo o subsecretário.

"O que a gente quer é aumentar a qualificação profissional do empregado e dar incentivos para que essa qualificação aumente a relação de trabalho. A ideia é que o trabalhador e o empresário escolham em conjunto o que essa qualificação vai ser, decidindo conjuntamente o investimento para que essa relação seja mais longa. Esse é o grande investimento que o Brasil tem que fazer na classe média, aumentar a duração das relações de trabalho. Gastamos uma fortuna de seguro-desemprego por causa da alta rotatividade", disse.

Fonte: Luciana Cobucci/Agência Brasil

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